segunda-feira, 10 de março de 2014

Sempre Teremos Paris

De volta ao Teatro Raul Cortez  ( o mesmo de ´Divórcio´ ), e um dos meus preferidos em São Paulo, agora para assistir ´Nós sempre teremos Paris´:

Não havia programas disponíveis

Mas infelizmente, não foi uma experiência tranquila. Acontece que por causa de uma obra da CET no túnel do Anhangabaú, havia congestionamento desde a Praça Campo de Bagatelle. Demorei 50 minutos para andar 3km, porque os incompetentes da CET não foram capazes de colocar nenhum aviso de que haveria obra indicar para que as pessoas buscassem caminhos alternativos. O resultado é que perdi os 15 primeiros minutos da peça. Desde 2012, ainda antes de começar esse blog, que isso não acontecia.

Pelo menos o pessoal do ´staff´ foi muito atencioso, cheguei à bilheteria para pegar os ingressos ( que já estavam comprados ) e fui atendido rapidamente. Para não atrapalhar as outras pessoas, busquei um lugar na lateral, sem que tivesse que pedir licença a ninguém para sentar.

O palco era bem simples: um luminoso em neon com os dizeres ´Bistrô Paris 6´, que deve ser um dos patrocinadores, suspenso no centro do palco. Duas mesinhas e cadeiras em madeira, dessas de café, mais às cadeiras. À direita, um pequeno grupo musical, com violão, acordeon, teclado e bateria, tocados por três músicos.  Quando cheguei, a Françoise Forton estava cantando ´La vie em rose´.  E olha.... canta muito bem. Aos poucos fui ´pescando´  o enredo da peça: um casal conversa rapidamente num café em Paris, e ambos tem ali a certeza de haverem encontrado o amor de suas vidas. Mas eles não se encontram mais, e passam a levar suas vidas em outros relacionamentos, mas sem nunca esquecer daquele encontro. A estrutura é sempre de cada um conversar diretamente com a platéia, como se fossem dois amigos que contam a sua história. Não há a ´quarta parede´,  mas claro que há  alguns ganchos em que eles passam a se referir diretamente um ao outro. E no meio das histórias, vão citando elementos da cultura francesa, lugares de Paris, e cantando clássicos franceses: ´La vi em rose´, ´Ne me quitte pas´,  ´Non, Je Ne Regrette Rien´, e outras. 

Como eu já disse, a Françoise Forton surpreende cantando, e o Aloisio de Abreu também não faz feio.  A gente vai acompanhando os depoimentos dos dois, e claro, torcendo para o final feliz de um casal tão simpático. A peça é totalmente ´light´,  não tem grandes piadas, grandes reviravoltas... é mais ou menos como  se a gente acompanhasse dois amigos de meia-idade contando o seu romance. O ´clima´  todo da peça é de um registro suave, quase que à meia-voz, e funciona muito bem. É nítido que a platéia toda entra no clima. 

O final também é simpático. Além dos pedidos de aplausos à equipe  técnica ( músicos, iluminadores, operadores de som ),  dessa vez também houve uma salva de palmas ao autor do texto, Artur Xexéo, que estava presente. E aí os dois atores, como se estivessem agradecendo aos convidados de um casamento, foram até o foyer conversar com o público, posar para fotos... muito simpático. O título, que remete a um amor não concretizado do filme ´Casablanca´,  de certo modo engana: essa é uma história de amor com final feliz.





'Sempre teremos Paris'
Com Françoise Forton e Aloísio de Abreu
Direção de Jacqueline Laurence
Texto de Artur Xexéo
Teatro Raul Cortez, SP, até 30/mar/14

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