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Pelo menos o pessoal do ´staff´ foi muito atencioso, cheguei à bilheteria para pegar os ingressos ( que já estavam comprados ) e fui atendido rapidamente. Para não atrapalhar as outras pessoas, busquei um lugar na lateral, sem que tivesse que pedir licença a ninguém para sentar.
O palco era bem simples: um luminoso em neon com os dizeres ´Bistrô Paris 6´, que deve ser um dos patrocinadores, suspenso no centro do palco. Duas mesinhas e cadeiras em madeira, dessas de café, mais às cadeiras. À direita, um pequeno grupo musical, com violão, acordeon, teclado e bateria, tocados por três músicos. Quando cheguei, a Françoise Forton estava cantando ´La vie em rose´. E olha.... canta muito bem. Aos poucos fui ´pescando´ o enredo da peça: um casal conversa rapidamente num café em Paris, e ambos tem ali a certeza de haverem encontrado o amor de suas vidas. Mas eles não se encontram mais, e passam a levar suas vidas em outros relacionamentos, mas sem nunca esquecer daquele encontro. A estrutura é sempre de cada um conversar diretamente com a platéia, como se fossem dois amigos que contam a sua história. Não há a ´quarta parede´, mas claro que há alguns ganchos em que eles passam a se referir diretamente um ao outro. E no meio das histórias, vão citando elementos da cultura francesa, lugares de Paris, e cantando clássicos franceses: ´La vi em rose´, ´Ne me quitte pas´, ´Non, Je Ne Regrette Rien´, e outras.
Como eu já disse, a Françoise Forton surpreende cantando, e o Aloisio de Abreu também não faz feio. A gente vai acompanhando os depoimentos dos dois, e claro, torcendo para o final feliz de um casal tão simpático. A peça é totalmente ´light´, não tem grandes piadas, grandes reviravoltas... é mais ou menos como se a gente acompanhasse dois amigos de meia-idade contando o seu romance. O ´clima´ todo da peça é de um registro suave, quase que à meia-voz, e funciona muito bem. É nítido que a platéia toda entra no clima.
O final também é simpático. Além dos pedidos de aplausos à equipe técnica ( músicos, iluminadores, operadores de som ), dessa vez também houve uma salva de palmas ao autor do texto, Artur Xexéo, que estava presente. E aí os dois atores, como se estivessem agradecendo aos convidados de um casamento, foram até o foyer conversar com o público, posar para fotos... muito simpático. O título, que remete a um amor não concretizado do filme ´Casablanca´, de certo modo engana: essa é uma história de amor com final feliz.
'Sempre teremos Paris'
Com Françoise Forton e Aloísio de Abreu
Direção de Jacqueline Laurence
Texto de Artur Xexéo
Teatro Raul Cortez, SP, até 30/mar/14
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