Mais uma visita ao Teatro Eva Herz, depois de ´Florilégio II, o Musical´. O Teatro Eva Herz tem curadoria do Dan Stulbach, e tem se firmado
como um espaço de pequenas e boas montagens. ´Também queria te dizer´ não
foge à regra.
Quando entramos, o cenário dava a impressão de que a ação se
desenrolaria em um apartamento de homem solteiro, ou melhor ainda, de homem
recém-solteiro. Uma cadeira de balanço à direita, uma mesa com bebidas à
esquerda, bem na frente uma pequena estante montada com tábuas e latas de
tinta, com revistas e cartas espalhadas sobre a prateleira. E ao fundo um
painel com uma colagem.
O texto é um monólogo, são seis pequenas histórias, crônicas
retiradas do livro ´Tudo o que eu queria te dizer´ de Martha Medeiros, e obviamente, todas elas
escritas a partir de um olhar masculino. É como se fossem seis homens se
abrindo a um psicólogo, ou a um grande amigo, ou escrevendo um diário... seis histórias, umas mais engraçadas, como a
do louco, outras mais tocantes, como a do jovem que causou um acidente de carro
onde faleceu seu amigo. Mas cada uma com seu jeito, com sua característica
muito particular.
O Emílio Orciolo tem um pequeno momento de ´transmutação´ entre cada uma das cenas, onde ele interage com o painel no fundo, ao som de uma música alta. Em alguns momentos, achei essas passagens um tanto agressivas, descoladas do tom geral da apresentação. Mas enfim...
O Emílio Orciolo tem um pequeno momento de ´transmutação´ entre cada uma das cenas, onde ele interage com o painel no fundo, ao som de uma música alta. Em alguns momentos, achei essas passagens um tanto agressivas, descoladas do tom geral da apresentação. Mas enfim...
Monólogos são perigosos, é fácil cair na mesmice e ficar
desinteressante. O fato de haver seis personagens diferentes ajuda. Mas acho
que também há o risco de se cair na caricatura, e felizmente, não foi o caso. É
claro que em alguns momentos os personagens não me tocaram, não me foram
interessantes. Acredito que isso possa ter ocorrido com todo mundo, mas é legal
ver um ator que consegue realmente dar vida a seis pessoas diferentes. Sem
maquiagem, sem troca de figurino, sem nada além da entonação da voz e da
mudança de postura.
Após os aplausos o Emílio convida a todos para um pequeno bate-papo, que foi ainda mais curto pela necessidade dele de ir para o aeroporto. Mas achei uma atitude simpática ter o ator ali disponível para conversar com o público. E também foi simpática a atitude dele de fornecer a quem quisesse cópias de uma carta de agradecimento. Aliás, quando saí é que notei que as cartas que estão dispostas no cenário são cartas ´reais´, endereçadas ao Emílio.
Uma curiosidade: ao meu lado sentou uma atriz global da nova geração, Maria Casadevall. Realmente a tv deve engordar a pessoa alguns quilos, porque a moça é esquelética...
Após os aplausos o Emílio convida a todos para um pequeno bate-papo, que foi ainda mais curto pela necessidade dele de ir para o aeroporto. Mas achei uma atitude simpática ter o ator ali disponível para conversar com o público. E também foi simpática a atitude dele de fornecer a quem quisesse cópias de uma carta de agradecimento. Aliás, quando saí é que notei que as cartas que estão dispostas no cenário são cartas ´reais´, endereçadas ao Emílio.
Simpático. Mas que letrinha, hein? |
Uma curiosidade: ao meu lado sentou uma atriz global da nova geração, Maria Casadevall. Realmente a tv deve engordar a pessoa alguns quilos, porque a moça é esquelética...
´Também queria te dizer - cartas masculinas´
Com Emílio Orciollo Netto
Texto de Martha Medeiros
Direção de Victor Garcia Peralta
Teatro Eva Herz, SP, até 01/jun/14
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