Ontem a noite foi no Teatro das Artes, no Shopping Eldorado, em São Paulo:
Esse teatro tem a conveniência de ser dentro de um shopping, o que significa que ( teoricamente ) tem lugar para estacionar, e tem a praça de alimentação disponível... Como eu fui direto do trabalho, o jantar acabou sendo antes da peça, ali no shopping mesmo. O que depois se mostrou como sendo uma sorte... já explico porquê.
Quando peguei os ingressos, metade da platéia já estava tomada. As poltronas desse teatro não são muito confortáveis, e o espaço para as pernas é mínimo, mal dá para se mexer. Como os assentos são divididos em 3 blocos, procuro sempre pegar poltronas junto aos corredores, para que as pernas possam ficar para fora. Não que eu seja muito alto, mas é que o espaço entre as fileiras é apertado mesmo. Só que não havia lugares assim até o meio da platéia, e como não queria ficar muito para trás, acabei pegando uma poltrona na fila A. Dessa maneira teria espaço para esticar as pernas. Mas isso também teve seu preço... As poltronas são ligadas umas às outras, com longarinas. E a primeira fileira já não está tão bem fixa ao piso, quando alguém se mexe os outros assentos acabam mexendo também. E do meu lado esquerdo havia alguém que não parava quieto, devia ter a tal ´sindrome das pernas inquietas´.
Mas indo ao que interessa, que é a peça, eu estava com uma ótima expectativa. Sei que esse texto fez muito sucesso nos anos 80, mas não assisti. Vi ´Pérola´, também do mesmo autor ( Mauro Rasi ), e lembro de suas crônicas, das referências às suas ´tias´... Ou seja, estava lá com toda a boa vontade do mundo pra me divertir.
Porém... a decepção começou logo que abriram as cortinas. Os dois atores apareceram com microfones, o que num teatro daquele tamanho, é absolutamente desnecessário. Pra piorar, o som estava muito mal equalizado, e qualquer coisa que eles falassem soava artificial, parecia que era dublado. Os microfones que usavam eram daqueles que ficam colados à bochecha, sendo que o do Maurício Machado roçava na pele e fazia ruído o tempo todo... quer dizer, uma lástima.
O cenário também não era grande coisa, apenas uma cadeira, um sofá que se desdobrava em cama ( mas que até que era um item interessante ), algumas estantes e biombos que delimitavam o espaço do apartamento onde a história se desenrola. Mas nada que demonstrasse alguma criatividade, apenas peças comuns colocadas no palco.
Como eu já disse, fui ao teatro com a melhor das expectativas, esperando diversão de primeira. Dessa vez não foi o que encontrei. As interpretações me pareceram a meio caminho entre o deboche escancarado, o caricato, e o naturalismo. Ou seja, não era nem uma coisa nem outra. As situações apresentadas de início são o que se pode esperar de um casal típico de piada, onde ela quer casar, ele pensa na liberdade perdida. Depois do casamento ele se mostra com um ciúme doentio, violento, mas que desaparece e que no resto da trama não tem mais a menor importância. Ela, para não ´perder´ o casamento, vai paulatinamente se transformando em uma gueixa ( literalmente ), sendo absurdamente submissa a ele. Nessa parte há algumas das melhores cenas, mas nada demais... há algumas ´gags´ físicas, quase de pastelão.
O texto não é daqueles de tiradas afiadas, de ironia, nada disso, e além do mais, ´envelheceu´. Talvez para não demonstrar isso, a diretora tenha inserido comentários sobre a Dilma e o mensalão na cena em que o marido lê jornal e reclama da situação do país. Mas com a transformação da esposa em ´japonesa´, ela serve sushi e sashimi e o marido reclama que a comida está crua, que ela esqueceu de cozinhar o peixe... talvez isso tivesse graça há 30 anos atrás, quando os restaurantes japoneses só serviam à colônia japonesa, e estavam basicamente restritos ao bairro da Liberdade. Hoje isso só passaria por ignorância das grossas...
Enfim, desta vez não gostei do que vi. Ainda bem que o jantar foi antes da peça, porque ela não renderia assunto para uma conversa agradável à mesa.
Batalha de arroz num ringue para dois
Com Nívea Stelmann e Maurício Machado
Direção de Jacqueline Laurence
Texto de Mauro Rasi
Teatro das Artes, até 31/mar/13
sábado, 19 de janeiro de 2013
Batalha de arroz num ringue para dois
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Divórcio
Acabei de assistir à pré-estréia de ´Divórcio!´, no Teatro Raul Cortez:
Esse teatro é velho conhecido, já vi algumas peças ótimas lá. Fica dentro do prédio da Federação do Comércio de São Paulo, e tem poltronas bastante confortáveis, espaçosas e com bom espaço para mover as pernas. Dessa vez peguei um assento de canto, mas como era na fila D, ainda assim eu tive uma boa visão do palco.
Como era pré-estréia para convidados, havia um monte de artistas também na platéia. Não sou bom com nomes, mas entre os que reconheci estavam Melissa Vettore e Leopoldo Pacheco ( atualmente em cartaz com ´Camille e Rodin´ ), e muitos outros. E aí, com a inevitável presença de fotógrafos e jornalistas de ´celebridades´, aliás de emissoras de tv que eu nunca havia visto. Mas isso deve ser uma falha na minha cultura geral... O lobby do teatro claramente não comportava tanta gente, e assim que as portas se abriram eu fui para o meu lugar, pois no lobby o ar-condicionado não dava conta.
O programa distribuído já entrega boa parte do enredo da peça: um casal de advogados, que anos após a separação se encontra novamente, cada um defendendo o seu cliente em um processo de divórcio. Ela ( ´Dra´ Cecília ) defende um jogador de futebol, e ele ( ´Dr´. Jurandir ) defende a maria-chuteira, esposa do jogador. No reencontro já sai faísca entre os dois, pois a separação foi um processo que deixou marcas, mas agora, cada um deles têm que utilizar os mesmos argumentos que o outro usava na própria separação.
Ou seja, as piadas são todas ´variações sobre o tema´, claro que com algumas boas tiradas, mas o enredo em si não tem muita importância, me pareceu ser só um veículo para que os personagens destilem seu veneno. Esse não é o meu tipo de comédia preferida, mas é claro que me diverti. Há sim boas sacadas no texto, algumas intervenções que atualizam o texto para os dias de hoje ( no programa dizem que foi escrito há 3 anos ), e a atuação dos protagonistas ajuda muito. O Chachá é ´velho conhecido´ dos palcos, mas a Suzy Rego eu nunca havia visto em cena. E ela foi muito bem, inclusive arranca algumas risadas somente com expressão corporal, nas cenas em que ela trata com o ex-marido, principalmente. Já os dois atores coadjuvantes ( Pedro Henrique Moutinho e Nathália Rodrigues ) cumprem o que se espera deles, já que os personagens são bastante caricatos.
O cenário representa de cada lado do palco o escritório dos advogados, e no meio há uma estrutura móvel que em alguns momentos se abrem para ´flashbacks´, tanto dos protagonistas quanto do jogador e da maria-chuteira. E é nesse espaço que acontece a melhor cena dos coadjuvantes, quando eles mostram cada um a sua versão de uma suposta agressão por parte do jogador, e que vai parar nos sites de fofoca.
Enfim, é uma ´comédia para casais´, que entrega o que se propõe: fazer dar risadas com piadas e situações em torno do tema divórcio.
Quando a peça terminou, após os agradecimentos dos autores, houve ainda um coquetel. Mas o lobby do teatro não dá conta de tanta gente, e eu não sou muito fã desses eventos. Achei melhor ir embora direto e deixar que os atores / atrizes / autor / diretor confraternizassem com seus amigos com menos gente se intrometendo...
Outra coisa: o texto é do Franz Keppler, com direção do Otávio Martins. Ano passado assisti a outro trabalho dos dois, ´Cortex´, com texto do mesmo autor e com o Otávio Martins atuando. Aliás, ainda está em cartaz, e essa peça merece ser vista. É um drama pesado, nada a ver com o ´Divórcio!´.
Divórcio!
Com José Rubens Chachá, Suzy Rego, Pedro Henrique Moutinho e Nathália Rodrigues
Direção de Otávio Martins
Escrita por Franz Keppler
Teatro Raul Cortez, até 21/abr/12
Esse teatro é velho conhecido, já vi algumas peças ótimas lá. Fica dentro do prédio da Federação do Comércio de São Paulo, e tem poltronas bastante confortáveis, espaçosas e com bom espaço para mover as pernas. Dessa vez peguei um assento de canto, mas como era na fila D, ainda assim eu tive uma boa visão do palco.
Como era pré-estréia para convidados, havia um monte de artistas também na platéia. Não sou bom com nomes, mas entre os que reconheci estavam Melissa Vettore e Leopoldo Pacheco ( atualmente em cartaz com ´Camille e Rodin´ ), e muitos outros. E aí, com a inevitável presença de fotógrafos e jornalistas de ´celebridades´, aliás de emissoras de tv que eu nunca havia visto. Mas isso deve ser uma falha na minha cultura geral... O lobby do teatro claramente não comportava tanta gente, e assim que as portas se abriram eu fui para o meu lugar, pois no lobby o ar-condicionado não dava conta.
O programa distribuído já entrega boa parte do enredo da peça: um casal de advogados, que anos após a separação se encontra novamente, cada um defendendo o seu cliente em um processo de divórcio. Ela ( ´Dra´ Cecília ) defende um jogador de futebol, e ele ( ´Dr´. Jurandir ) defende a maria-chuteira, esposa do jogador. No reencontro já sai faísca entre os dois, pois a separação foi um processo que deixou marcas, mas agora, cada um deles têm que utilizar os mesmos argumentos que o outro usava na própria separação.
Ou seja, as piadas são todas ´variações sobre o tema´, claro que com algumas boas tiradas, mas o enredo em si não tem muita importância, me pareceu ser só um veículo para que os personagens destilem seu veneno. Esse não é o meu tipo de comédia preferida, mas é claro que me diverti. Há sim boas sacadas no texto, algumas intervenções que atualizam o texto para os dias de hoje ( no programa dizem que foi escrito há 3 anos ), e a atuação dos protagonistas ajuda muito. O Chachá é ´velho conhecido´ dos palcos, mas a Suzy Rego eu nunca havia visto em cena. E ela foi muito bem, inclusive arranca algumas risadas somente com expressão corporal, nas cenas em que ela trata com o ex-marido, principalmente. Já os dois atores coadjuvantes ( Pedro Henrique Moutinho e Nathália Rodrigues ) cumprem o que se espera deles, já que os personagens são bastante caricatos.
O cenário representa de cada lado do palco o escritório dos advogados, e no meio há uma estrutura móvel que em alguns momentos se abrem para ´flashbacks´, tanto dos protagonistas quanto do jogador e da maria-chuteira. E é nesse espaço que acontece a melhor cena dos coadjuvantes, quando eles mostram cada um a sua versão de uma suposta agressão por parte do jogador, e que vai parar nos sites de fofoca.
Enfim, é uma ´comédia para casais´, que entrega o que se propõe: fazer dar risadas com piadas e situações em torno do tema divórcio.
Quando a peça terminou, após os agradecimentos dos autores, houve ainda um coquetel. Mas o lobby do teatro não dá conta de tanta gente, e eu não sou muito fã desses eventos. Achei melhor ir embora direto e deixar que os atores / atrizes / autor / diretor confraternizassem com seus amigos com menos gente se intrometendo...
Outra coisa: o texto é do Franz Keppler, com direção do Otávio Martins. Ano passado assisti a outro trabalho dos dois, ´Cortex´, com texto do mesmo autor e com o Otávio Martins atuando. Aliás, ainda está em cartaz, e essa peça merece ser vista. É um drama pesado, nada a ver com o ´Divórcio!´.
Divórcio!
Com José Rubens Chachá, Suzy Rego, Pedro Henrique Moutinho e Nathália Rodrigues
Direção de Otávio Martins
Escrita por Franz Keppler
Teatro Raul Cortez, até 21/abr/12
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
No Coração do Mundo
16 de janeiro. Início do ano, e eu já tenho a certeza de que acabei de assistir a uma das melhores peças de 2013. Ou que eu pelo menos descobri em 2013, já que ela está em ´repertório´, ou seja, já foi exibida antes. ´No Coração do Mundo´ foi muito melhor do que esperava!
A noite estava complicada, muita chuva em São Paulo. Eu ainda não conhecia o Teatro do Núcleo Experimental, na R. Barra Funda ( a mesma do Theatro São Pedro ), e acabei passando pelo Núcleo direto, tive que dar a volta no quarteirão e passar novamente na rua, bem devagar, para achar o teatro. De noite, com chuva, não foi à toa que não notei a fachada pequenininha... Perto do teatro, aliás, não dava para estacionar, a sarjeta havia virado um rio, fui mais pra frente e deixei o carro no quarteirão seguinte, onde há uma elevação. Assim fiquei tranquilo de que meu carro não sairia boiando enquanto eu assistia à peça.
O Núcleo Experimental tem como ´foyer´ um café pequeno, a bilheteria é um móvel de canto, que estava ao fundo junto ao acesso para o banheiros - e eu demorei um instante a perceber onde eram vendidos os ingressos. Daí já fui imaginando que o espetáculo seria do tipo ´alternativo´, simples, talvez com muita criatividade pra superar a falta de recursos, mas... não foi nada disso.
Comprados os ingressos, de um tempo a porta dupla nos fundos do foyer simplesmente se abriu, e a mesma moça que era estava na ´bilheteria´ passou a recolher os tíquetes. Não houve primeiro sinal, segundo, terceiro, nada. Aliás, não houve nem mesmo os avisos obrigatórios orientando onde ficam as saídas em caso de emergência, aviso de ´proibido fumar´ , de ´desligue o celular´...
O que havia ao entrar uma pequena arquibancada de 3 degraus, com almofadinhas marcando cada assento.O cenário era de uma casa inglesa, com lareira, poltrona de couro, tapetes, e ao fundo uma parede revestida com lambri e a parte superior em tecido, com duas grandes janelas. Aliás, uma cenografia muito bonita. A Chris Couto já estava lá sentada na poltrona, lendo um livro em silêncio. Assim que todos da platéia se acomodaram, umas 30 pessoas, ela começou a falar.
A personagem se apresentou e falou de seu interesse por Cabul. O livro que ela tinha em mãos seria um antigo guia de viagem ao Afeganistão, e ela vai ´lendo´ o guia e fazendo comentários sobre seus interesses, sobre sua vida... A fala dela é propositadamente rebuscada, principalmente nas intervenções da própria personagem, que se desculpa pelo seu modo peculiar de se expressar. Os primeiros minutos são de um monólogo, até que ela conta sobre a sua visita a uma pequena loja de um paquistanês onde comprou chapéus para uma festa, e o personagem dono da tal loja é introduzido em cena. Há uma movimentação no cenário, um dos lados da parede é movido, e dessa passagem vem o afegão.
Depois de mais alguns instantes vem a primeira surpresa: o afegão se dirige à platéia, e com um gesto convida a todos para ir pela tal passagem aberta no cenário. O que há do outro lado é o Afeganistão, a peça passa a se desenrolar num espaço bem maior, relativamente estreito e comprido. O público é dividido em duas partes, que se sentam nas laterais do espaço cênico. Ao atravessarmos para o Afeganistão, somos ´recepcionados´ por um talibã com uma AK47 nas mãos, há fogo num pequeno fogareiro, incenso... tudo faz com que a atmosfera seja totalmente diferente.
A personagem principal, Sra. Ceiling, vivida pela Chris Couto, também está no Afeganistão, e agora além de narrar a história do país, passa a falar também sobre sua experiência em Cabul. Se eu entrei no Núclo achando que poderia ver uma peça simples, aí já estava totalmente convencido de que estava enganado. Além da grande sacada de fazer com que nós nos deslocássemos fisicamente de um lugar a outro, fazendo o percurso Londres - Afeganistão, os figurinos passaram a chamar muita atenção.
A verdadeira aula sobre o Afeganistão dada pela Sra. Ceiling continua, e as cenas vão se alternando com a introdução do marido e a filha dela. Os dois também estão em Cabul, e estão à sua procura, pois a Sra. Ceiling desapareceu e possivelmente está morta. Tem muita coisa sendo dita sobre Cabul, sobre as questões familiares dos personagens, sobre a relação Oriente / Ocidente, sobre o Islã... nem que eu quisesse teria condições de relatar isso aqui. Mas vale registrar que há suspense, mistério, muito sobre a história do Afeganistão, um certo romance, drama, e até um pouco de erotismo. As surpresas continuam, e num determinado momento é servido chá para a platéia. Eu estava tão entretido com o espetáculo que só notei atriz que representa a ´Priscilla Ceiling´ ( filha da Sra. Ceiling ) me oferecendo o chá quando ela já estava bem na minha frente ( eu estava na primeira fileira ). Dali a pouco um personagem afegão serviu fatias de um pão ( que só pode ser receita afegã, claro ), bem macio.Só quando a peça terminou é que me dei conta de que foram duas horas e meia de espetáculo, bastante intenso.
´No Coração do Mundo´ não tem uma estrela, alguém que se destaque. A Chris Couto sem dúvida é o rosto mais conhecido por suas aparições na tv, mas o que vale é o conjunto, a encenação toda. Tudo é muito bem encaixado, muito bem pensado. A cenografia que eu descrevi do apartamento em Londres é depois substiuída no Afeganistão por um piso revestido com uma lona velha, remendada, com duas camas-patente configurando um quarto simples de hotel, e as ruas determinadas por paredes descascadas e pixadas. A iluminação em alguns momento se faz somente com lampiões a querosene. Os figurinos dos afegãos são muito interessantes, inclusive quando o ´turbante´ que se enrola em torno do pequeno chapéu que eles usam se transforma em um xale que cobre o peito, e depois a mesma peça é usada como um tapete no momento da oração. Aliás, o momento da oração é também muito marcante, o som que os atores emitem parece que não sai diretamente deles, mas que vem de todo lado e preenche o espaço. E por falar em canto, na parte final da peça aparece uma mulher afegã ( Mahala ), rezando, ou cantando, ou rezando/cantando... em todo caso, é muito bonito.
Vou me contradizer um pouco em relação ao parágrafo anterior, porque notei que não fiz referência ao ´poeta´, o personagem do ator Eric Lenate, que é muito importante na trama, e que também se destaca na interpretação, pois entre os afegãos é o personagem mais importante e também com mais nuances. E a mulher afegã, a Mahala ( Nábia Vilela ), apesar de entrar em cena somente no final da peça, dá um show.
Quando no final os personagens londrinos retornam à Inglaterra, nós também nos deslocamos mais uma vez, voltando ao cenário onde a peça teve início. O final parece que vai ser um monólogo novamente, mas é interrompido pela chegada da Priscilla Ceiling. Depois de tanto sofrimento, de tanta tristeza, as duas mulheres que estão na cena final parecem terminar a peça com um pouco de paz. E a gente termina com a certeza de que acabamos de ver um dos grandes espetáculos do ano, uma grata surpresa escondida num pequeno teatro da Barra Funda.
Tem mais duas coisinhas que eu queria registrar aqui: ainda bem que a maior parte da peça se desenrola no Afeganistão, porque se tivesse passado duas horas e meia sentado na almofadinha da arquibancada, sem encosto... talvez a minha opinião sobre a montagem fosse diferente. E nessa noite, mesmo não havendo avisos para que as pessoas desligassem os celulares, não houve nenhum ´incidente´ desse tipo. Mas em compensação, tinha um chato na platéia que fazia questão de se expressar a cada frase da Chris Couto. Sei lá se o cara é parente ou fã, mas de toda maneira, era chato. Ria por nada, bem alto, nas primeiras cenas passadas em Londres, quando só havia ela em cena, e depois nas intervenções dela em Cabul. Nada a ver, um sem-noção total, a mulher falando das tragédias da vida no Afeganistão e ele rindo alto...
E dessa vez também havia um outro ator na platéia, o Zécarlos Machado, que atualmente está no seriado da GNT ´Sessão de Terapia´.
A noite estava complicada, muita chuva em São Paulo. Eu ainda não conhecia o Teatro do Núcleo Experimental, na R. Barra Funda ( a mesma do Theatro São Pedro ), e acabei passando pelo Núcleo direto, tive que dar a volta no quarteirão e passar novamente na rua, bem devagar, para achar o teatro. De noite, com chuva, não foi à toa que não notei a fachada pequenininha... Perto do teatro, aliás, não dava para estacionar, a sarjeta havia virado um rio, fui mais pra frente e deixei o carro no quarteirão seguinte, onde há uma elevação. Assim fiquei tranquilo de que meu carro não sairia boiando enquanto eu assistia à peça.
O Núcleo Experimental tem como ´foyer´ um café pequeno, a bilheteria é um móvel de canto, que estava ao fundo junto ao acesso para o banheiros - e eu demorei um instante a perceber onde eram vendidos os ingressos. Daí já fui imaginando que o espetáculo seria do tipo ´alternativo´, simples, talvez com muita criatividade pra superar a falta de recursos, mas... não foi nada disso.
Comprados os ingressos, de um tempo a porta dupla nos fundos do foyer simplesmente se abriu, e a mesma moça que era estava na ´bilheteria´ passou a recolher os tíquetes. Não houve primeiro sinal, segundo, terceiro, nada. Aliás, não houve nem mesmo os avisos obrigatórios orientando onde ficam as saídas em caso de emergência, aviso de ´proibido fumar´ , de ´desligue o celular´...
O que havia ao entrar uma pequena arquibancada de 3 degraus, com almofadinhas marcando cada assento.O cenário era de uma casa inglesa, com lareira, poltrona de couro, tapetes, e ao fundo uma parede revestida com lambri e a parte superior em tecido, com duas grandes janelas. Aliás, uma cenografia muito bonita. A Chris Couto já estava lá sentada na poltrona, lendo um livro em silêncio. Assim que todos da platéia se acomodaram, umas 30 pessoas, ela começou a falar.
A personagem se apresentou e falou de seu interesse por Cabul. O livro que ela tinha em mãos seria um antigo guia de viagem ao Afeganistão, e ela vai ´lendo´ o guia e fazendo comentários sobre seus interesses, sobre sua vida... A fala dela é propositadamente rebuscada, principalmente nas intervenções da própria personagem, que se desculpa pelo seu modo peculiar de se expressar. Os primeiros minutos são de um monólogo, até que ela conta sobre a sua visita a uma pequena loja de um paquistanês onde comprou chapéus para uma festa, e o personagem dono da tal loja é introduzido em cena. Há uma movimentação no cenário, um dos lados da parede é movido, e dessa passagem vem o afegão.
Depois de mais alguns instantes vem a primeira surpresa: o afegão se dirige à platéia, e com um gesto convida a todos para ir pela tal passagem aberta no cenário. O que há do outro lado é o Afeganistão, a peça passa a se desenrolar num espaço bem maior, relativamente estreito e comprido. O público é dividido em duas partes, que se sentam nas laterais do espaço cênico. Ao atravessarmos para o Afeganistão, somos ´recepcionados´ por um talibã com uma AK47 nas mãos, há fogo num pequeno fogareiro, incenso... tudo faz com que a atmosfera seja totalmente diferente.
A personagem principal, Sra. Ceiling, vivida pela Chris Couto, também está no Afeganistão, e agora além de narrar a história do país, passa a falar também sobre sua experiência em Cabul. Se eu entrei no Núclo achando que poderia ver uma peça simples, aí já estava totalmente convencido de que estava enganado. Além da grande sacada de fazer com que nós nos deslocássemos fisicamente de um lugar a outro, fazendo o percurso Londres - Afeganistão, os figurinos passaram a chamar muita atenção.
A verdadeira aula sobre o Afeganistão dada pela Sra. Ceiling continua, e as cenas vão se alternando com a introdução do marido e a filha dela. Os dois também estão em Cabul, e estão à sua procura, pois a Sra. Ceiling desapareceu e possivelmente está morta. Tem muita coisa sendo dita sobre Cabul, sobre as questões familiares dos personagens, sobre a relação Oriente / Ocidente, sobre o Islã... nem que eu quisesse teria condições de relatar isso aqui. Mas vale registrar que há suspense, mistério, muito sobre a história do Afeganistão, um certo romance, drama, e até um pouco de erotismo. As surpresas continuam, e num determinado momento é servido chá para a platéia. Eu estava tão entretido com o espetáculo que só notei atriz que representa a ´Priscilla Ceiling´ ( filha da Sra. Ceiling ) me oferecendo o chá quando ela já estava bem na minha frente ( eu estava na primeira fileira ). Dali a pouco um personagem afegão serviu fatias de um pão ( que só pode ser receita afegã, claro ), bem macio.Só quando a peça terminou é que me dei conta de que foram duas horas e meia de espetáculo, bastante intenso.
´No Coração do Mundo´ não tem uma estrela, alguém que se destaque. A Chris Couto sem dúvida é o rosto mais conhecido por suas aparições na tv, mas o que vale é o conjunto, a encenação toda. Tudo é muito bem encaixado, muito bem pensado. A cenografia que eu descrevi do apartamento em Londres é depois substiuída no Afeganistão por um piso revestido com uma lona velha, remendada, com duas camas-patente configurando um quarto simples de hotel, e as ruas determinadas por paredes descascadas e pixadas. A iluminação em alguns momento se faz somente com lampiões a querosene. Os figurinos dos afegãos são muito interessantes, inclusive quando o ´turbante´ que se enrola em torno do pequeno chapéu que eles usam se transforma em um xale que cobre o peito, e depois a mesma peça é usada como um tapete no momento da oração. Aliás, o momento da oração é também muito marcante, o som que os atores emitem parece que não sai diretamente deles, mas que vem de todo lado e preenche o espaço. E por falar em canto, na parte final da peça aparece uma mulher afegã ( Mahala ), rezando, ou cantando, ou rezando/cantando... em todo caso, é muito bonito.
Vou me contradizer um pouco em relação ao parágrafo anterior, porque notei que não fiz referência ao ´poeta´, o personagem do ator Eric Lenate, que é muito importante na trama, e que também se destaca na interpretação, pois entre os afegãos é o personagem mais importante e também com mais nuances. E a mulher afegã, a Mahala ( Nábia Vilela ), apesar de entrar em cena somente no final da peça, dá um show.
Quando no final os personagens londrinos retornam à Inglaterra, nós também nos deslocamos mais uma vez, voltando ao cenário onde a peça teve início. O final parece que vai ser um monólogo novamente, mas é interrompido pela chegada da Priscilla Ceiling. Depois de tanto sofrimento, de tanta tristeza, as duas mulheres que estão na cena final parecem terminar a peça com um pouco de paz. E a gente termina com a certeza de que acabamos de ver um dos grandes espetáculos do ano, uma grata surpresa escondida num pequeno teatro da Barra Funda.
Tem mais duas coisinhas que eu queria registrar aqui: ainda bem que a maior parte da peça se desenrola no Afeganistão, porque se tivesse passado duas horas e meia sentado na almofadinha da arquibancada, sem encosto... talvez a minha opinião sobre a montagem fosse diferente. E nessa noite, mesmo não havendo avisos para que as pessoas desligassem os celulares, não houve nenhum ´incidente´ desse tipo. Mas em compensação, tinha um chato na platéia que fazia questão de se expressar a cada frase da Chris Couto. Sei lá se o cara é parente ou fã, mas de toda maneira, era chato. Ria por nada, bem alto, nas primeiras cenas passadas em Londres, quando só havia ela em cena, e depois nas intervenções dela em Cabul. Nada a ver, um sem-noção total, a mulher falando das tragédias da vida no Afeganistão e ele rindo alto...
E dessa vez também havia um outro ator na platéia, o Zécarlos Machado, que atualmente está no seriado da GNT ´Sessão de Terapia´.
No Coração do Mundo
Com Chris Couto, Tony Giusti, Renata Calmon, Herbert Bianchi, Nábia Vilela e outros
Direção de Zé Henrique de Paula
Escrita por Tony Kushner
Teatro do Núcleo Experimental, até 17/fev/13
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
A Entrevista
A primeira peça do ano foi ´A Entrevista´, no Teatro Vivo, com Herson Capri e Priscila Fantin, direção de Susana Garcia:
O Herson Capri eu já havia visto em cena, ano passado, em ´Conversando com Mamãe´, junto com a Beatriz Segall. A Priscila Fantin só conhecia mesmo da tv... E ela foi muito bem, levou a peça tranquilamente, quem foi achando que ela é só um rostinho bonito deve ter se surpreendido, aliás, como o personagem masculino da história se surpreende com a ´Mariah´, a personagem da Priscila. Mas sobre os atributos físicos dela, eu não posso comentar nada... não sentei muito na frente e fui sem meus óculos, que estavam desaparecidos...
O enredo da peça se desenrola ´em tempo real´, o que a gente vê é a entrevista e a relação que surge entre um repórter/comentarista de política e uma atriz que está no auge da fama, a protagonista da novela das oito ( ou seria melhor dizer novela das nove? ), e que está batendo recordes de audiência. A tensão entre os dois surge antes mesmo do primeiro ´oi´, já que ele está fazendo a tal entrevista a contragosto, e o personagem ( Pedro Pierre ) tem todos os preconceitos possíveis contra a atriz que aparece mais na mídia pelos homens com quem sai do que pelos papéis em que atua.
O texto tem uma característica que eu particularmente gosto muito: a ironia, a troca de farpas feita com raciocínio rápido, o que logo deixa claro que a tal personagem feminina não é nenhuma imbecil. Ou pelo menos, não é imbecil em todos os aspectos... O Pedro Pierre é um personagem mais linear, que mantém uma linha mais ou menos constante. Já a Mariah oscila entre a garota absolutamente frívola, que representa uma falsa felicidade o tempo todo, e a mulher que sabe o que quer e que não mede esforços para conseguir o que deseja. Não quero contar o final, mas é ela quem sai por cima no conflito que se estabelece entre os dois, passando a perna nele de modo bem maquiavélico.
Também há sempre uma questão interessante, que é a gente ver uma peça que critica o excesso de importância que as ´celebridades´ têm nos dias de hoje, sendo representada por dois atores que trabalham justamente na Globo, a maior empresa que atua nesse ramo, tanto através da própria tv quanto pelas revistas e sites que vivem de explorar à exaustão a vida das ´celebridades´.
Tem uma coisa que agora, escrevendo aqui, é que me toquei: acho que não sou capaz de lembrar de nada da trilha sonora, nem sei se tem... A única coisa que lembro é o toque de celular da Mariah ( latidos de cachorro ), que acontece em momentos críticos, e que é totalmente pertinente com o desenrolar do enredo. E faço esse registro aqui como elogio, seria péssimo ter um ´tcharã!´ para marcar alguma passagem, para forçar um sentimento por parte da platéia... realmente, não é necessário, o texto e os atores dão conta muito bem de expressar as várias situações que acontecem. Talvez eu tenha me ligado tanto ao texto que deixei a trilha sonora passar em branco, não sei...
Pra terminar essa postagem, alguns comentários sobre o ambiente antes e depois da peça: o Teatro Vivo tem um problema sério, não há como estacionar ali perto, não existem nem vagas na rua nem há outros estacionamentos nas redondezas. Tem que ir de táxi ou deixar o carro com o ´vallet´ do teatro mesmo, o que foi o meu caso - 18 reais. Mas como estava chovendo, havia fila tanto na hora de deixar o carro quanto depois da peça, sem dúvida foram mais de 15 minutos de espera, tanto para chegar quanto para sair.
Antes do terceiro sinal, quando apareceram os patrocinadores, foi exibido um vídeo da ´Meritor´, que pelo jeito deve ter feito um patrocínio master, junto com a Vivo. Eu nunca havia ouvido falar dessa empresa, e a não ser que voltem a patrocinar alguma peça que eu venha a assistir, acho que nunca vou ter notícias dela de novo... Fazem eixos e suspensão para caminhão, trator, tanques de guerra... quem foi o publicitário que convenceu os caras a fazer propaganda de algo tão específico numa peça de teatro? Mas de qualquer maneira, tá aí, me chamaram a atenção pelo inusitado da coisa, vai ver que era essa a intenção...
E no final da peça, a Priscila Fantin claramente acenou e mandou beijos especiais para alguém sentado ainda mais no fundo do que eu - virei para ver quem era, e na hora reconheci mas não lembrei o nome... Era a Samara Felippo, também atriz da Globo.
A Entrevista
Com Herson Capri e Priscila Fantin
Direção de Susana Garcia
Escrita por Theodor Holman, baseado em filme de Theo Van Gogh
Teatro Vivo, São Paulo, até 03/fev/13
O Herson Capri eu já havia visto em cena, ano passado, em ´Conversando com Mamãe´, junto com a Beatriz Segall. A Priscila Fantin só conhecia mesmo da tv... E ela foi muito bem, levou a peça tranquilamente, quem foi achando que ela é só um rostinho bonito deve ter se surpreendido, aliás, como o personagem masculino da história se surpreende com a ´Mariah´, a personagem da Priscila. Mas sobre os atributos físicos dela, eu não posso comentar nada... não sentei muito na frente e fui sem meus óculos, que estavam desaparecidos...
O enredo da peça se desenrola ´em tempo real´, o que a gente vê é a entrevista e a relação que surge entre um repórter/comentarista de política e uma atriz que está no auge da fama, a protagonista da novela das oito ( ou seria melhor dizer novela das nove? ), e que está batendo recordes de audiência. A tensão entre os dois surge antes mesmo do primeiro ´oi´, já que ele está fazendo a tal entrevista a contragosto, e o personagem ( Pedro Pierre ) tem todos os preconceitos possíveis contra a atriz que aparece mais na mídia pelos homens com quem sai do que pelos papéis em que atua.
O texto tem uma característica que eu particularmente gosto muito: a ironia, a troca de farpas feita com raciocínio rápido, o que logo deixa claro que a tal personagem feminina não é nenhuma imbecil. Ou pelo menos, não é imbecil em todos os aspectos... O Pedro Pierre é um personagem mais linear, que mantém uma linha mais ou menos constante. Já a Mariah oscila entre a garota absolutamente frívola, que representa uma falsa felicidade o tempo todo, e a mulher que sabe o que quer e que não mede esforços para conseguir o que deseja. Não quero contar o final, mas é ela quem sai por cima no conflito que se estabelece entre os dois, passando a perna nele de modo bem maquiavélico.
Também há sempre uma questão interessante, que é a gente ver uma peça que critica o excesso de importância que as ´celebridades´ têm nos dias de hoje, sendo representada por dois atores que trabalham justamente na Globo, a maior empresa que atua nesse ramo, tanto através da própria tv quanto pelas revistas e sites que vivem de explorar à exaustão a vida das ´celebridades´.
Tem uma coisa que agora, escrevendo aqui, é que me toquei: acho que não sou capaz de lembrar de nada da trilha sonora, nem sei se tem... A única coisa que lembro é o toque de celular da Mariah ( latidos de cachorro ), que acontece em momentos críticos, e que é totalmente pertinente com o desenrolar do enredo. E faço esse registro aqui como elogio, seria péssimo ter um ´tcharã!´ para marcar alguma passagem, para forçar um sentimento por parte da platéia... realmente, não é necessário, o texto e os atores dão conta muito bem de expressar as várias situações que acontecem. Talvez eu tenha me ligado tanto ao texto que deixei a trilha sonora passar em branco, não sei...
Pra terminar essa postagem, alguns comentários sobre o ambiente antes e depois da peça: o Teatro Vivo tem um problema sério, não há como estacionar ali perto, não existem nem vagas na rua nem há outros estacionamentos nas redondezas. Tem que ir de táxi ou deixar o carro com o ´vallet´ do teatro mesmo, o que foi o meu caso - 18 reais. Mas como estava chovendo, havia fila tanto na hora de deixar o carro quanto depois da peça, sem dúvida foram mais de 15 minutos de espera, tanto para chegar quanto para sair.
Antes do terceiro sinal, quando apareceram os patrocinadores, foi exibido um vídeo da ´Meritor´, que pelo jeito deve ter feito um patrocínio master, junto com a Vivo. Eu nunca havia ouvido falar dessa empresa, e a não ser que voltem a patrocinar alguma peça que eu venha a assistir, acho que nunca vou ter notícias dela de novo... Fazem eixos e suspensão para caminhão, trator, tanques de guerra... quem foi o publicitário que convenceu os caras a fazer propaganda de algo tão específico numa peça de teatro? Mas de qualquer maneira, tá aí, me chamaram a atenção pelo inusitado da coisa, vai ver que era essa a intenção...
E no final da peça, a Priscila Fantin claramente acenou e mandou beijos especiais para alguém sentado ainda mais no fundo do que eu - virei para ver quem era, e na hora reconheci mas não lembrei o nome... Era a Samara Felippo, também atriz da Globo.
A Entrevista
Com Herson Capri e Priscila Fantin
Direção de Susana Garcia
Escrita por Theodor Holman, baseado em filme de Theo Van Gogh
Teatro Vivo, São Paulo, até 03/fev/13
domingo, 13 de janeiro de 2013
Começando pelo início
Esse blog não é um blog de crítica teatral, nem de fofocas sobre atores e atrizes. Também não é um blog de política cultural voltada ao teatro, nem de bastidores sobre a cena teatral. Quem escreve esse blog não tem nenhum relacionamento profissional com artes cênicas, nem nenhuma formação específica na área. A única coisa que talvez credencie a escrever sobre teatro é ter assistido em média 40 peças por ano, nos últimos 3 anos, por puro prazer.
Então, esse blog é apenas e tão somente um registro feito por gente que gosta de ir ao teatro. Gente que vai assistir uma peça pra se divertir, pra esquecer dos problemas cotidianos, pra passar um tempo agradável, pra ver como é que é... E é assim, como ´público´, que sem falsa modéstia, é tão importante quanto os atores, diretores, cenógrafos, figurinistas, camareiras, etc... , que se vai comentar aqui o que foi visto, sentido, entendido - ou não. Afinal, o teatro é feito pra quem? ( Ok, ok, sei que há exceções, tem peça pra ator/atriz aparecer na mídia, tem peça pra pegar patrocínio do governo... hehehe ). Mas em tese, toda peça é feita para alguém ver, não é?
Então, é do ponto de vista do público que esse blog pretende ver, assistir, observar, e quando for o caso, interagir com as peças em cartaz em São Paulo. Claro que as opiniões expressas aqui serão sempre uma visão bem particular, não há a pretensão de falar ´em nome do público de São Paulo´ ou coisa parecida. A idéia é fazer um registro das peças vistas, comentar sobre as impressões que causaram, o que foi legal, o que foi ruim, sobre a pessoa chata que sentou ao lado e ficou o tempo todo conversando, etc, etc, etc. Então é por isso que o nome do blog é ´Teatro - Diário de Bordo´. Porque a experiência de ir ao teatro não começa quando toca o terceiro sinal, nem termina quando as cortinas se fecham: a tradicionalíssima pizza depois do teatro ( costume bem paulistano! ) tem tudo a ver, faz parte do programa, e é durante o jantar que se troca impressões sobre o que foi visto - e que a partir de agora, vai ficar registrado aqui.
Então, esse blog é apenas e tão somente um registro feito por gente que gosta de ir ao teatro. Gente que vai assistir uma peça pra se divertir, pra esquecer dos problemas cotidianos, pra passar um tempo agradável, pra ver como é que é... E é assim, como ´público´, que sem falsa modéstia, é tão importante quanto os atores, diretores, cenógrafos, figurinistas, camareiras, etc... , que se vai comentar aqui o que foi visto, sentido, entendido - ou não. Afinal, o teatro é feito pra quem? ( Ok, ok, sei que há exceções, tem peça pra ator/atriz aparecer na mídia, tem peça pra pegar patrocínio do governo... hehehe ). Mas em tese, toda peça é feita para alguém ver, não é?
Então, é do ponto de vista do público que esse blog pretende ver, assistir, observar, e quando for o caso, interagir com as peças em cartaz em São Paulo. Claro que as opiniões expressas aqui serão sempre uma visão bem particular, não há a pretensão de falar ´em nome do público de São Paulo´ ou coisa parecida. A idéia é fazer um registro das peças vistas, comentar sobre as impressões que causaram, o que foi legal, o que foi ruim, sobre a pessoa chata que sentou ao lado e ficou o tempo todo conversando, etc, etc, etc. Então é por isso que o nome do blog é ´Teatro - Diário de Bordo´. Porque a experiência de ir ao teatro não começa quando toca o terceiro sinal, nem termina quando as cortinas se fecham: a tradicionalíssima pizza depois do teatro ( costume bem paulistano! ) tem tudo a ver, faz parte do programa, e é durante o jantar que se troca impressões sobre o que foi visto - e que a partir de agora, vai ficar registrado aqui.
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