domingo, 12 de janeiro de 2014

A vida sexual da mulher feia


A primeira peça de 2014 acabou sendo ´A Vida Sexual da Mulher Feia´, no Teatro Folha, que fica no Shopping Higienópolis:

Não  havia programas disponíveis, essa é uma imagem da internet.

Teatro de shopping tem sempre algumas características especiais: facilidade para estacionar, praça de alimentação à disposição... mas esse tem toda a cara de que foi feito somente para aproveitar os benefícios fiscais que a Prefeitura de São Paulo dá a quem mantém teatros em centros comerciais. Claramente se percebe que o espaço não foi projetado desde o início para a função a que se destina, que foi algo um tanto improvisado. O mínimo que se pode dizer da decoração é que é de ´gosto duvidoso´. Dessa vez sentei nos balcões laterais, que são péssimos.... primeiro que mal se consegue achar a indicação da fileira correta, a plaqueta não é iluminada, e ao invés de ficar nas laterais das poltronas, ficam em pequenos degraus, de mais ou menos 5cm de altura, sob as poltronas. Ou seja, só se tivéssemos olhos nos pés é que o público acharia a indicação com facilidade.  Como eu cheguei relativamente cedo, acabei ajudando outras pessoas a localizarem os seus lugares, inclusive o repórter da Rede Globo, Márcio Canuto.  Mas de qualquer maneira, sentar nos balcões não é legal... as poltronas são viradas em direção ao palco, e há bastante espaço para as pernas. Mas a grade atrapalha demais a visão, e não se tem uma visão livre do palco.

O Otávio Muller entra como ´pessoa física´, no palco, que tem as cortinas abertas desde o início. Ele conversa com a platéia, brinca com quem está chegando atrasado, e vai criando o clima para a comédia. Até que se dirige a  um mancebo onde estão os figurinos ( não há cenografia, apenas um mancebo e uma poltrona ), e começa o espetáculo.

Como eu já sabia, é uma comédia de uma piada só: as desventuras Maricleide, uma mulher feia, da infância à maturidade. Há sim boas sacadas no texto, e uma piada que ficou gravada para mim, em um momento ´auto-ajuda´ da personagem:  ´Há sempre duas palavras que abrem todas as portas: ´Entrada´  e ´Saída´!   Mas as demais piadas são ´variações sobre o tema´ e claro, vão se esgotando. Tem gente que se esborracha de rir ao ver o Otávio Muller de cuecas, colocando soutien e vestido - mas não é meu caso.

Não quero tirar o mérito do ator, acho mesmo que ele vai muito bem com o material que tem em mãos. A gente até desenvolve uma certa empatia com o personagem, que acha a redenção no final, reencontrando o primeiro amor. E eu sei que ninguém me obrigou a ir, sendo que eu sabia que não é bem o tipo de peça que me atrai.  Mas a peça acabou e nem deu assunto pro jantar que veio depois. Fraquinha, fraquinha...




A Vida Sexual da Mulher Feia
Com Otávio Muller
Texto de Claudia Tajes
Teatro Folha, até 02/mar/14

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