segunda-feira, 12 de maio de 2014

Bull

Primeira visita ao Tucarena, para assistir  ´Bull´:

Não havia programas, essa é obviamente uma imagem da internet

O Tucarena fica exatamente debaixo do Teatro Tuca, mas com acesso pela rua lateral, a R. Bartira. A entrada fica meio escondida, a referência mesmo é o Tuca. O saguão do teatro é um grande retângulo com piso de granilite, teto feito com a laje nervurada aparente, com dois níveis, ao fundo uma pequena lanchonete. Concreto aparente, tijolos aparentes, bancos retos, granilite...   linguagem típica da arquitetura moderna paulista, e essa linguagem bruta tem suas razões de ser também em função do incêndio criminoso que o Tuca sofreu.

Lá dentro a linguagem seca, sem ornamentos, continua na arquitetura do lugar, com o teto e pilares em concreto aparente. O palco é circular, com degraus de concreto formando uma arquibancada em toda a volta. Nos degraus há cadeiras simples, de espaldar baixo em plástico ( daquelas que dão apoio somente à região lombar ), mas com almofadinhas no assento - e esse detalhe faz toda a diferença. O desnível entre as fileiras é ótimo, e também é bom o espaço entre as linhas de poltronas. Ou seja, de modo geral, o espaço para o espectador é bem confortável.

Obviamente, não há cortinas. Quando as portas foram abertas, a Isabela ( Cynthia Falabella, irmã da Débora Falabella ) e o Thomas ( Bruno Guida )  já estavam no palco. O espaço era delimitado por um tablado circular, com uns seis metros de diâmetro, recoberto por uma forração cinza. Em cima, três mesas com tampos e pés em vidro, sendo os tampos também arredondados, formando um círculo central, e três cadeiras. Em dois lados opostos, mais duas mesas iguais, que fazem o papel de aparadores de salgadinhos e bebidas.

De início, a Isabela fica sentada, e o Thomas corre em volta do palco, fora do tablado. Corre mesmo, de modo a acelerar a respiração e ficar ofegante, e daí começa o diálogo entre os dois, com o Thomas sempre na defensiva. Logo chega mais um personagem, Tom ( Eduardo Muniz ), e a situação fica clara: são três funcionários que estão esperando o chefe para uma reunião. Mas ao contrário do que o Thomas esperava, essa não é uma reunião qualquer, é quando será decidido qual deles será demitido pelo chefe, que está para chegar - algo como o reality-show ´O Aprendiz´.  Os homens estão de ternos escuros, comportados, a ´Isabela´ de tailleur, tudo dentro do ´dress-code´  corporativo.

A situação, obviamente tensa, é complicada ainda mais pelo bullying que Thomas sofre desde o início: dizem que seu terno não é adequado, que ele vem de uma família humilde, não passam informações a ele, que portanto não se preparou para a reunião...  e tem a personalidade ´fraca´  em relação aos outros, é inseguro, não é esnobe...  Ou visto de outra maneira, é o único ser humano decente, o único que não pisa em cima dos outros, o único que procura fazer o seu trabalho sem que para isso precise passar por cima dos outros.

Vários ´jogos´ vão sendo feitos pelo Tom e pela Isabela com o intuito de rebaixar o Thomas, chegando mesmo a fazer com que ele toque com o rosto no peito do Tom, que levanta a camisa. A crueldade dos dois candidatos em relação ao Thomas é total, ele está sempre errado, qualquer que seja a sua resposta. E a tensão vai aumentando com o momento da chegada do chefe, cujo personagem esqueci o nome, e que é representado pelo Flávio Tolezani. O Chefe, apesar de ter um discurso que em alguns momentos é mais ´humano´, tem um comportamento que não condiz com suas palavras, sendo mais um do mesmo ´time´ do Tom e da Isabela - egoísta, mordaz, destrutivo.


Não há redenção no final, não há mudanças de comportamento, os momentos de compaixão são somente ironia ou auto-indulgência. O clima da peça é de tensão constante, e as atitudes dos personagens são apresentadas até de modo ´neutro´, sem julgamentos morais. A trama toda se desenvolve sem que os personagens tenham algum tipo de conversão ou mudança em suas atitudes, todos são o que são, do começo ao fim. Sem dúvida, isso faz com que as atuações sejam bastante uniformes. Não há maiores destaques no grupo, que me pareceu ser bastante coeso. Mesmo assim, o Bruno Guida ( Thomas ), por sua fragilidade, e o Eduardo Muniz ( Tom ) com sua ironia, são quem tem mais condições de mostrar melhor desempenho.

Achei curioso que em alguns sites, como no próprio Tuca, o espetáculo seja descrito como ´comédia dramática´. Comédia, só se você for um sádico e se divertir em ver alguém sofrendo agressões psicológicas o tempo todo. É sim um drama, um bom drama, que trata de uma questão cada vez mais presente em uma economia competitiva, o ´bullying corporativo´, e de personalidades sem o menor escrúpulo que agem dessa maneira com a desculpa de que ´o mundo é assim´.



Bull
Com Bruno Guida, Cynthia Falabella, Eduardo Muniz e Flávio Tolezani
Texto de Mike Bartlett
Direção de Eduardo Muniz e Flávio Tolezani
Tucarena, SP, até 01/jun/14

terça-feira, 6 de maio de 2014

Trágica 3

Mais uma visita ao Centro Cultural Banco do Brasil, dessa vez para assistir ´Trágica 3´:



´Trágica 3´  é obviamente composto de três partes, cada uma a cargo de uma atriz: Letícia Sabatella como ´Antígona´, Miwa Yanagizawa como ´Electra´  e Denise Del Vecchio como ´Medéia´.  Além disso, há o complemento de Fernando Alves Pinto e Marcello H. 

Os textos são sempre em primeira  pessoa, como se cada uma das personagens da tragédias gregas contasse a sua própria história. Mesmo quando entram as falas do, digamos, ´elenco masculino de apoio´,  as falas são voltadas diretamente para o público, sem diálogos entre os personagens.
O cenário é simples: quando as cortinas são abertas, vemos a Letícia Sabatella à direita do palco, sentada em frente a um teclado eletrônico, que ela já está tocando. No centro do palco,  um tapete preto, ao fundo, está o Fernando Alves Pinto tocando um instrumento que de início eu não consegui identificar, mas depois vi que era um serrote, tocado com uma vara de violino. Do lado esquerdo, o Marcello H., em frente à uma mesa de mixagem. Durante toda a apresentação o Marcelo vai cuidando dos efeitos sonoros, e em alguns momentos, da própria trilha sonora, já que nem tudo é apresentado ao vivo.

Como eu disse, quando as cortinas se abriram quem estava em cena era a Letícia Sabatella, a ´Antígona´. Ela vai tocando e fazendo um vocalise, com o acompanhamento do Fernando Alves Pinto ao serrote, depois passa a cantar um lamento. A luz é sempre bem marcada, o palco na penumbra, um canhão forte em quem está em cena, e ao fundo, em contra-luz, um retângulo destacado sobre um fundo branco. E Antígona começa a sua história...   Eu acho que aproveita melhor quem já conhece o mito, o que não era bem o meu caso, que só tinha uma vaga idéia da história. Resumindo, os irmãos de Antígona, príncipes de Tebas, com a morte do pai devem dividir a coroa. Mas o irmão que está reinando, seguindo os conselhos de seu tio Creonte, se recusa a dar lugar ao irmão. Este então busca ajuda com estrangeiros, e volta à Tebas com um exército para tomar o que julgas ser seu por direito. Nessa guerra, os dois irmãos morrem.  Antígona já aí está jogando toda a sua raiva contra Creonte, por culpá-lo pela intriga entre os irmãos. Mas como tragédia grega é tragédia pra valer, ainda tem mais. Com a morte dos dois irmãos quem assume o trono é Creonte, que então dá um enterro digno ao seu sobrinho que ocupava o trono, e como considera o outro um traidor, proíbe que ele seja enterrado, deixando seu corpo ao tempo e às feras.  Antígona não se conforma com isso, e propicia um enterro ao irmão, para que sua alma possa ter paz. Então Creonte determina que Antígona seja enterrada viva em uma caverna que será lacrada, e ali ela deve definhar até morrer, e Antígona aceita que esse deverá ser seu destino, por sua honra. Acabou a tragédia? Ainda não... aí entra o filho de Creonte, que é noivo de Antígona. Ele faz um belo discurso a seu pai, falando da honra dos guerreiros, de respeito aos mortos, de como um rei deve inspirar seu povo, e não fazê-lo obedecer por medo... e no fim, acaba morrendo também, pois não quer viver sem Antígona.  Ou seja, eu tive que prestar atenção nessa história toda, por não conhecer direito o mito, caso contrário, poderia ter me concentrado mais nas interpretações.

De qualquer maneira, foi a parte da trilogia que menos gostei. Não pela interpretação da Letícia Sabatella, muito menos pelo Fernando Alves Pinto, que esteve ótimo. Foi pela direção mesmo, pelas escolhas cênicas. As pausas para a música, as marcações com o tambor ao fundo, os gritos....  caiu numa encenação que me deu a impressão de que iria por um caminho de ´teatro de vanguarda dos anos 70´. Não curti, e cheguei a ficar preocupado com o resto da encenação. Se fosse pelo mesmo caminho, teria sido trágico!

Mas apesar da estrutura básica da encenação se manter ( palco na penumbra / luz marcada sobre as atrizes / intervenções sonoras ), o ´episódio´  seguinte foi mais marcante. Dessa vez se tratava de Miwa Yanagizawa / Electra. Novamente, eu não sabia muito do mito grego, quase nada além de ter batizado o ´Complexo de Electra´.  Não vou repetir a história aqui, porque o que me hipnotizou foi mesmo a atuação da Miwa. Após entrar em cena, ela se agacha e estende os braços horizontalmente ao lado do corpo, e os mantém suspensos no ar, a noventa graus em relação ao corpo, o tempo todo em que fica no palco! É ao mesmo tempo aflitivo, hipnótico, a gente ver aquela mulher que vai expressando a raiva, a delicadeza, o desamparo por ter perdido o pai ( Agamenon, que foi morto pela mãe, Clitemnestra ), a vingança, tudo ao mesmo tempo em que mantém o domínio absoluto dos braços suspensos, sem movimento. Obviamente, sua presença no palco é mais curta do que da Letícia Sabatella, mas achei muito mais intensa, as palavras não foram diluídas, não houve uma intromissão de gritos ou músicas que tirassem a atenção do texto. Houve sim intervenções sonoras, efeitos de eco, mas isso com o intuito de reforçar a mensagem. No caso da encenação da Antígona, isso me pareceu mais ruído do que reforço à mensagem.

No final, entra em cena a Denise Del Vecchio, que traz a Medéia ao palco. Esse era o mito que eu mais conhecia, da mulher traída que por vingança ao ex-marido, mata seus dois filhos. A Denise Del Vecchio faz uma Medéia absolutamente distinta, digna. Mesmo quando vocifera a Jasão que ela foi sua puta, ela o faz com altivez. E nesse trecho uma novidade é inserida na encenação: o retângulo que está no fundo do palco é transformado em uma tela, e ao mesmo tempo em que ela vai falando de sua relação com Jasão e de seus filhos, um filme em preto-e-branco é projetado mostrando dois meninos brincando em uma praia deserta. E novamente, isso me pareceu bastante pertinente, um reforço à encenação, e não um ruído. A presença forte da Denise em contraste com a fragilidade e a alegria dos meninos na beira da praia, para mim passava a mensagem da fragilidade em que estão assentadas as nossas vidas. A mãe amorosa e dedicada se transforma na mulher fria e vingativa. Os meninos alegres que brincam na beira do mar terminam como pés jogados na areia. Medéia só pode mesmo ser representada por uma atriz madura, duvido que alguém com vinte, trinta anos conseguisse tanto impacto. 

No final, o saldo foi positivo. É logicamente uma peça difícil, não há um único momento de ´descanso´,   de risada - mas o que se poderia esperar com algo com esse título? Mas ao contrário da última peça que vi no CCBB, ´Tríptico Samuel Beckett´,´Tragédia 3´ é absolutamente inteligível, palatável. Ao menos para alguém como eu.

Acabei não comentando sobre os figurinos. O Fernando Alves Pinto utilizava calça e camisa, bem discretos. O Marcello H., como nem saiu detrás da mesa de som, não reparei como estava vestido. Só lembro que todos estavam descalços, então provavelmente ele também estava. Mas as três atrizes estavam com vestidos modernos, retos, sem babados ou fricotes, todos muito elegantes, especialmente o da Denise Del Vecchio, todo preto. Após a peça é que vi que os figurinos são da Glória Coelho.




Trágica 3
Com Denise Del Vecchio, Letícia Sabatella, Miwa Yanagizawa, Fernando Alves Pinto e Marcello H.
Textos de Heiner Muller, Caio de Andrade e Francisco Carlos
Direção de Guilherme Leme

CCBB SP, até 07/jul/14



domingo, 4 de maio de 2014

Ricardo III

Mais uma montagem de Shakespeare, dessa vez no Centro Cultural São Paulo:



Primeira visita ao Centro Cultural São Paulo em muitos anos, e a primeira vez que assisto uma peça de teatro lá, na Sala Jardel Filho. O Centro Cultural é um tremendo projeto de arquitetura dos anos 70, realmente muito bom. Toma partido do grande desnível entre a Rua Vergueiro e a Av. 23 de Maio, tem espaços amplos, integrados, uma cobertura bastante escultórica, bons espaços de convivência. Mas também tem seus muitos problemas, típicos de obras públicas: infiltrações, falta de manutenção, falta de orientação....  por outro lado, é um dos raros lugares de convivência urbana de São Paulo. Lá a gente tem a sensação de que se não todas, várias ´tribos urbanas´  convivem harmoniosamente. Em pleno sábado à noite, ao mesmo tempo em que várias mesas da lanchonete estavam lotadas com grupos de estudo - aparentemente estudantes de nível secundário -, na entrada  havia um grupo de ´street dance´ ensaiando seus passos acrobáticos, gente com violão...  Bastante interessante de se ver

Lá dentro a sala está em bom estado de conservação, de modo geral. As poltronas são de couro, com o assento pendurado em uma trave de madeira que faz as vezes de encosto, e sustentadas também pelas laterais em madeira - assim, cada assento é um pequeno balanço, o que facilita permitir o acesso a outras pessoas. O estofado do assento é que poderia ser mais caprichado...  quase três horas sentado em uma tábua não é fácil!  Já a diferença de nível entre as fileiras é ótima, então a não ser que alguém vestido com um chapéu de guarda do Palácio de Buckingham sente à frente, ninguém terá problemas para enxergar o palco. O espaço entre as poltronas não é tão generoso para as pernas, por isso eu escolhi um assento na extremidade da fileira e pude esticar as pernas em direção ao corredor, já que os lugares não são marcados.

Os ingressos só são vendidos no próprio Centro Cultural São Paulo, e no mesmo dia do espetáculo, sendo que a bilheteria abre duas horas antes. Não sei porque causar esse incômodo, afinal ir até lá sem saber se vai haver ingressos disponíveis é sempre desconfortável. Em todo caso, cheguei logo que a bilheteria foi aberta, para não correr o risco de perder a viagem. Junto com os ingressos foram entregues os programas, que têm o formato de um jornal tablóide. Felizmente havia muito o que ler, e uma informação preciosa: a montagem faz parte do ´Projeto 39´, que pretende levar aos palcos todas as peças de Shakespeare. Se for possível, estarei em todas!

De início, o que vemos é um tablado redondo, gigante, que ocupa quase todo o palco e se projeta também para fora dele. Nas laterais e ao fundo, uma cortina preta, e pendurado no fundo do palco, um sino. A ação tem início com o badalar desse sino, que comemora o fim da Guerra dos Rosas ( duas famílias que lutaram pelo poder na Inglaterra medieval, e ambas tinham como símbolo rosas, brancas e vermelhas ). Quem venceu foram os York, e agora o líder Eduardo ( Heitor Goldlus ) é coroado rei da Inglaterra, com o título de Eduardo IV. Sua esposa é a rainha Elizabeth ( Mayara Magri, o nome mais conhecido do elenco ). Resumindo muito a história, que é bastante complexa, após a vitória do seu grupo, o duque de Gloucester, Ricardo ( Chico Carvalho ), põe em prática um plano de conseguir o poder, sem medir as consequências - logo de início, através de intrigas ele leva o irmão, Clearance ( André Corrêa ) à prisão, e depois à morte.

O drama impera em todo o texto, mas alguns momentos de ironia e pura desfaçatez são engraçados. Todos eles protagonizados pelo grande nome da montagem, Chico Carvalho. Ele faz o Ricardo III com muita expressividade, demonstrando todo o maquiavelismo do personagem, sua falta de escrúpulos, sua cobiça, mas também a sua fragilidade e solidão. É nítido o esforço físico dele, que praticamente não sai de cena o tempo todo. Aliás, a montagem se espalha pelo teatro, tomando partido dos dois corredores largos que dividem os blocos de assentos, e em inúmeros momentos os atores vem e vão através dos degraus dos corredores.   Outra interpretação que achei marcante foi a da Rainha Margareth ( Renata Zhaneta ), que é ex-rainha mãe da Inglaterra, pois foi seu filho quem foi deposto com a chegada dos York ao poder. Ela é um verdadeiro agouro ambulante, distribuindo pragas a torto e a direito, e a interpretação mais caricata me pareceu bastante interessante. Mas se na minha opinião se destacam esses dois atores, não há ninguém que eu possa dizer que tenha ido mal, pelo contrário.

A tradução manteve a grande fluência de Shakespeare, com longas frases, mas utilizando uma linguagem moderna e absolutamente compreensível. Depois de terminada a peça é que me dei conta de que em nenhum momento algum ator cometeu alguma falha de dicção ou engasgou com o texto, coisa nada fácil em uma peça de mais de duas horas e meia de duração ( com um pequeno intervalo ). Sinal de que a equipe toda está redondinha, funcionando perfeitamente, com todos muito seguros em seus papéis.

Ia esquecendo de comentar sobre os figurinos: não são representações de época, muito pelo contrário. As mulheres utilizam vestidos que me parecem remeter à Era Vitoriana, enquanto os homens utilizam calças jeans pretas e coturnos em sua maioria, com sobretudos ou casacos de lã sobre as camisas. E enquanto quase todas as mulheres representam  os mesmos personagens durante toda a peça, vários dos atores homens interpretam dois ou até três papéis, sem alterar o figurino, com a possível exceção do Heitor Goldflus. 


A temporada já está acabando, mas vale a pena correr até o Centro Cultural São Paulo para assistir essa peça. Desde já, posso dizer que entra nas melhores de 2014.



Ricardo III
Com Chico Carvalho, Mayara Magri, André Corrêa, Heitor Goldflus, Renata Zhaneta
Texto de William Shakespeare, tradução e adaptação de Jorge Louraço
Direção de Marcelo Lazzaratto
Centro Cultural São Paulo, até 11/mai/14